Oficina de pintura revela talentos de pessoas acolhidas no Abrigo 1
O Acolhimento para Adultos e Famílias em Situação de Rua, mais conhecido como Abrigo 1, está se transformando num celeiro de artistas. A empolgação de participar da produção do painel muralista pensado pela artista plástica Luiza Ângela da Cunha Souza, que assina como Lacunha, parece transbordar na oficina de artes ofertada no espaço.
O resultado é a abertura de mais uma vernissage para a apresentação das pinturas feitas em telas pelos acolhidos sob os olhares e orientação do artista plástico e oficineiro do Abrigo Milton Neves. O evento será nesta quinta-feira (28), a partir das 14 horas, na área de convivência do Abrigo.
A exposição traz o resultado de 16 horas de oficinas em forma de telas produzidas por 11 acolhidos do Abrigo 1. As obras foram desenvolvidas com técnica livre com base de cores primárias, progredindo até a pintura terciaria, numa homenagem à cidade de Vitória.
A mostra retrata pontos turísticos como a Escadaria Maria Ortiz, o Penedo e a Basílica de Santo Antônio e outros locais da cidade frequentado, mas, desta vez, com cores escolhidas e criadas pelos acolhidos.
Segundo Milton Neves, trabalhar com as pessoas em situação de rua acolhidas naquele espaço a cada pintura uma história diferente é contada e talentos são descobertos. “No começo, 50% diz não saber como iniciar, que não conseguem executar. Mas, a cada hora de oficina, a dedicação e a demonstração de amor pelo que estão produzindo são visíveis. Isso torna o trabalho ainda mais gratificante”, comentou o artista.
Milton disse que a arte é uma importante ferramenta de aprendizagem. “Enquanto pintamos, ensinamos sobre a composição das cores, conversamos sobre as grandes personalidades nacionais e internacionais. Falamos que o importante é a prática e, assim, o trabalho vai se desenvolvendo e ganhando os traços deles, mostrando a personalidade e destreza individual”, revelou.
Autonomia
Segundo o coordenador do Abrigo 1, Rodrigo Trindade, o objetivo da oficina é promover a autonomia do sujeito, uma conexão com a cidade de Vitória, mediante aproximação e apropriação do conhecimento dos espaços culturais, lazer aproximando também da história através da arte. Possibilitando o exercício da cidadania, inserção social, aquisição de pensamento crítico e consequentemente melhorar suas vidas.
A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, disse acreditar que o contato com as artes contribui para que as pessoas acolhidas naquele espaço se sintam melhores e capazes. Cintya ressalta, ainda, que esta experiência tem um potencial transformador na vida dessa população.
“Dar acesso à cultura é mostrar que a população em situação de ruas tem direito de existir, viver e ter possibilidade para vencer essa condição”, finalizou a secretária.
Fonte: PMV
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