Centro Pop une Moqueca, Congo e arte para celebrar aniversário da cidade
Você consegue imaginar um capixaba que, sem ter qualquer restrição alimentar e que goste de peixe, nunca tenha experimentado a moqueca capixaba? Esta pessoa existe, tem nome Lázaro, sobrenome Leandro e, talvez você até já tenha visto pelas ruas da cidade. É que Leandro é pessoa em situação de rua, embora, atualmente, passe grande parte do seu dia acolhido pelo Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop).
E foi nesta quarta-feira (6), durante o Festival da Moqueca Capixaba promovido pelo Centro Pop em parceria com o Banco de alimentos Herbert de Souza e o Ilha do Caranguejo, que Lázaro experimentou pela primeira vez na vida a moqueca capixaba.
Mesmo sendo considerado patrimônio cultural gastronômico capixaba, Lázaro, de 32 anos, nascido na Grande Vitória, afirmou que nunca havia tido a oportunidade de ter à mesa essa comida.
“Estou ansioso para ver como é feito”, comentou. Ele foi um dos primeiros a entrar na fila para se servir e o tamanho do prato e as idas e vindas na fila para nova degustação dispensaram a pergunta se ele havia aprovado.
Já Jocimar Silva Pereira, 34, também acolhido do Centro Pop há pouco mais de um ano, contou que também nunca havia comido moqueca capixaba. Baiano de nascimento, ele disse:
“já comi a moqueca baiana, quero ver se é verdade que dizem que moqueca é só capixaba”, brincou ele.
Depois da primeira garfada, Jocimar expressou dúvidas sobre a sua preferência.
“Eu tinha curiosidade de saber a diferença. Com pimenta ela fica muito boa”, falou Jocimar.
Embora o foco do Festival de Moqueca fosse a iguaria preparada com peixes e temperos frescos pelas mãos da equipe da cozinha do Centro Pop e sob os olhares atentos do chef Leo Jundi, do Ilha do Caranguejo, outros talentos também sobressaíram na manhã de comemoração ao aniversário de Vitória dentro do espaço.
Um deles foi o Rodrigo Geraldo Max, 28, que produziu o painel de artes desenhadas com lápis sobre papel de representações da cultura e símbolos da cidade, com a Praça do Papa, a panela de barro, catadores de caranguejo, a Pedra da Cebola e a reprodução de uma tartaruga.
“Ao olhar para o painel sinto muito orgulho de mim. Mas, às vezes, olho e nem acredito que fui capaz de fazer. Tenho certeza que a arte é o meu caminho para superar”, contou ele.
Outro foi Jonathan dos Santos, de 33 anos, que embalou os participantes do festival com suas músicas cheias de rimas improvisadas e foi saudado de volta com muitos “oba, oba”, que entre os acolhidos do Centro Pop quer dizer “bravo”, “muita coisa boa”, “muita energia positiva”, “vai com tudo”.
As mulheres com a apresentação de congo, a Banda de Congo Amores da Lua, a roda de capoeira, o som saído das pickup’s do DJ Jota foram outros momentos de expressão de potência e potencialidades a altura da beleza cidade de Vitória.
A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz disse que a comemoração do aniversário de Vitória no Centro Pop reuniu esforços das equipes de Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional e da iniciativa privada para um dia especial. “A moqueca uniu e reuniu as pessoas e foi um dia de alegria e união. Viva Vitória e viva as pessoas!”, comemorou a secretária.
Fonte: PMV