Centro de Convivência de Santo André Celebrado com o Dia do Brincar
Duas vezes por mês, o Centro de Convivência de Santo André deixa as brincadeiras como a “bola no pé”, a pintura, a “queimada” e o pique-bandeira rolarem soltas no espaço. Essa é uma forma de garantir o direito de brincar previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) para as 160 crianças e adolescentes do território (que engloba os bairros Santo André, São José, São Pedro, Santos Reis, Redenção, Ilha das Caieiras, Nova Palestina, Comdusa), que participam de atividades no local.
Crianças como Wesliana Vitória Freitas dos Santos, de 8 anos, os irmãos Matheus e Maya da Vitória Neves, respectivamente, 9 e 8, aproveitaram o Dia do Brincar, como foi batizada a atividade. Matheus contou que fica em casa ansioso a espera do horário de seguir junto com a irmã para a unidade. “Gosto do futebol e da queimada.
“Gosto de estar aqui”, comentou ele. O olhar do menino estimulou a pergunta sobre o que tornava aquele lugar tão especial para ele: “aqui, me sinto seguro e amado”, declarou. Diante da resposta, o interesse por mais detalhes de sua rotina fora do Centro de Convivência surgiu naturalmente.
Matheus contou que se não estivesse lá estaria, hoje, com a mãe e a irmã. “Hoje, minha mãe estaria junto porque está de licença médica. Mas, se não estaria só eu e minha irmã sozinhos em casa. Aqui, no Centro de Convivência posso brincar e conviver com outras crianças. É legal brincar com minha irmã, mas, às vezes, é chato ficar só nós dois”, contou.
Essa convivência com outras crianças e a liberdade para brincar e pintar são o que fazem Wesliana Vitória gostar ainda mais do espaço. “Gosto de pintar tudo de vermelho e rosa. Estas cores são cores da alegria. Eu fico feliz aqui”, disse ela. O dia do brincar é, também, o dia de celebrar os aniversariantes do trimestre um momento em que os olhos das crianças parecem brilhar e a euforia toma conta à espera da chamada do nome.
Nesta semana, foram os aniversariantes de abril, maio e junho. Entre vários estava Hilary Maria, que fez 7 anos neste período. “Sinto que meu coração está feliz”, disse ela. Ao ser perguntada se gostava da comemoração, ela contou que gosta quando todo mundo lembra do seu aniversário. “Gosto de fazer aniversário. Gosto, porque minha mãe compra roupa para mim e gosto dos abraços”, destacou ela.
Como o dia era de brincar e festa, não podia faltar mesa farta, o que ficou a cargo da manipuladora de alimentos Eva Souza da Silva, que atua na cozinha do espaço há dois anos. Apesar da experiência, Eva disse que ainda se emociona na preparação dos artigos para a festa. “O coração pulsa mais forte, acelerado. A vontade de que tudo ficasse gostoso me deixa ansiosa”, revelou ela.
Eva revelou que enquanto cozinha vai orando e pedindo a Deus, para que a comida fique saborosa e tenha uma aparência que agrade a todos. “A comida é uma ponte para abençoar a vida dessas crianças. É tão gratificante ouvir de uma criança que tudo está bom. Aqui, muitas crianças não comiam frutas nem legumes e, hoje, faço frutas com os alimentos e todas comem tudo”, falou cheia de orgulho.
A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, aponta que o direito de brincar não pode ficar só no papel. “Me enche de orgulho dos nossos trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas) proporcionar espaços criativos de convivência e que possam valorizar a infância. Ouvir as histórias dessas crianças que comprovam que o direito de brincar nos espaços socioassistenciais de Vitória está assegurado e garantido é muito importante”, comentou Cintya.
O Artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, diz que “a criança e o adolescente têm direito de brincar, praticar esportes e divertir-se”. Indo além, a Constituição de 1988, em seu Artigo 227, impõe que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer”.
A garantia do direito de a criança brincar está expressa também na Declaração Universal dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1959. O Princípio 7º determina que “a criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se”.
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