Adultização de crianças não pode ser refém da polarização política

A polarização política, seja à esquerda ou à direita, tem comprometido a racionalidade em debates urgentes. Um exemplo claro é a discussão sobre a adultização de crianças nas redes sociais, que deveria ser tratada como questão técnica e de proteção à infância, mas acabou transformada em mais um campo de embate ideológico.
Há três anos tramita no Congresso um projeto de lei sobre o tema, ignorado até aqui por deputados e senadores. Só agora, após denúncias de exploração de menores em conteúdos digitais ganharem repercussão, o presidente da Câmara, Hugo Motta, prometeu colocar o texto em regime de urgência. A demora expõe a negligência com um problema que ameaça diariamente crianças e adolescentes.
A exposição precoce a conteúdos sexualizados não pode ser reduzida a disputas partidárias, nem servir de pretexto para censuras indevidas. O foco deve ser a criação de instrumentos legais capazes de proteger menores de abusos e de práticas exploratórias.
Entidades como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) já se posicionaram em defesa da regulamentação, considerando-a um avanço na proteção de direitos.
Esta semana será decisiva no Congresso. É hora de deputados e senadores mostrarem compromisso real com pautas que importam para a sociedade, em vez de se perderem em disputas de poder. A infância não pode esperar.

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