Vitória amplia conservação ambiental com Área de Proteção Ninho das Garças

Vitória amplia conservação ambiental com Área de Proteção Ninho das Garças

Vitória tem mais uma Área de Proteção Ambiental (APA). É a unidade de conservação e uso sustentável Ninho das Garças, composta por áreas públicas, com extensão de 12,91 hectares (129.100 m2), na região do bairro Inhanguetá, na Grande São Pedro.

Agora, a capital possui as APA´sBaía das Tartarugas, a do Maciço Central e a Ninho das Garças. O decreto de número 23.917, que cria a Ninho das Garças, foi publicado no Diário Oficial do Município de Vitória de quarta-feira (10).

A Área de Proteção Ambiental Ninho das Garças tem como objetivos proteger a diversidade biológica, a flora e a fauna existentes; disciplinar o processo de ocupação tendo como principal objetivo a manutenção do meio ambiente, e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, compatibilizando o desenvolvimento socioeconômico com a proteção dos ecossistemas naturais ali existentes.

Estão entre os objetivos possibilitar e fomentar a pesquisa científica e o desenvolvimento de atividades de sensibilização e educação ambiental; preservar e assegurar condições de abrigo, reprodução e de alimentação da biodiversidade marinha, migratória ou residente, no município de Vitória; conservar o solo e os recursos hídricos, com a implementação de estratégias de gerenciamento em nível de Manguezal; e recuperar as áreas degradadas com vista à regeneração dos ecossistemas naturais.

O secretário Municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, explicou que a nova APA tem em seu interior ecossistema de manguezal associado ao bioma da Mata Atlântica, serve de abrigo e reprodução da fauna. Além disso, também é local que favorece a reposição dos estoques pesqueiros e é de grande relevância para o desenvolvimento de atividades econômicas e criativas.

“A proteção aos manguezais é fundamental devido aos fatores ambientais, econômicos, sociais e culturais”, afirmou o secretário de Meio Ambiente. Föeger ainda ressalta “que além do fator de preservação do meio ambiente, a instituição de uma área de proteção ambiental pode atrair fatores positivos como o fomento ao turismo, pesquisas científicas, obras, financiamentos, guias, entre outros”.

Reunião com moradores

Para apresentar a unidade de conservação e ouvir a população local, entidades públicas, organizações, associações comunitárias e representantes de diversos setores, uma reunião pública sobre a nova APA foi realizado em junho passado.

A consulta pública para a criação de unidade de conservação teve a finalidade de subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade, ouvir dos moradores sugestões e tirar dúvidas de possíveis implicações para população residente no interior e no entorno da unidade proposta.

Espécies

Na capital, é possível encontrar cinco espécies de garças, de tamanhos e cores diferentes, e que em sua maioria são aves costeiras. São elas: Garça-branca-grande, Garça-branca-pequena, Garça-moura, Garça-azul e, a menos frequente, a Garça-vaqueira. A maioria concentra seu período de reprodução a época de maior abundância de alimentos provenientes do mar.

Ainda na cidade, elas podem construir seus ninhos isolados, em pequenos ou em grandes grupos. Muitas se alimentam nas áreas de mangue, outras costumam construir seus ninhos próximo às áreas de forrageamento, e provavelmente por isso e pelo fato do mangue ser menos acessível a predadores arborícolas grandes, haja uma alta frequência de nidificação no manguezal por essas aves.

“Observar as espécies de garças e seus movimentos de voo é um grande programa na cidade e rende bons momentos de descontração e de registros fotográficos. E elas podem ser vistas em várias partes, principalmente próximo aos manguezais. Com a nova APA queremos garantir a reprodução e a preservação dessas espécies”, enfatiza o secretário Tarcísio Föeger.

Ainda de acordo com o secretário, “várias ações em andamento atualmente na capital têm proporcionado a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, oferecendo condições ideais para a nidificação de várias espécies de aves”.

Atualmente, o trabalho de recuperação da área de restinga existente ao longo da orla da capital trouxe o aparecimento de várias aves na região, como beija-flores das espécies Colibri (Colibri serrirostris), o Estrelinha Ametista (Calliphlox amethystina), o Beija-Flor-Vermelho (Chrysolampis mosquitos) e o Beija-Flor-Tesoura (Eupetomena macroura), e pássaros, que antes estavam ausentes, mas são comuns dessa vegetação, como o Melro-preto (Turdus merula), Sabiá-da-praia (Mimus gilvus).