Confraternização Solidária: Famílias Acompanhadas Desfrutam de Almoço Especial de Natal
Para muitas pessoas pode ser difícil de acreditar que uma outra pessoa nunca tenha recebido a visita de Papai Noel ou mesmo ter participado de uma ceia de Natal. Afinal de contas, a mais famosa canção de natal afirma que “seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem”. Mas esta era a realidade na vida de Viviane Vieira de Almeida, 38 anos, até esta quinta-feira (20).
Nesta dia, Viviane pode exibir o seu primeiro presente. Emocionada e sorridente, ela não parava de declarar que aquele era o primeiro presente de Natal que recebia na vida. Viviane recebeu uma cesta de chocolates durante o almoço natalino promovido pelo Serviço de Atendimento no Domicílio (Sad) do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) de Maruípe.
O presente que Viviane menciona, é um brinde (doação de colaboradores) recebido após uma brincadeira natalina realizada pela equipe.
“Minha vida só foi melhorando desde quando comecei a ser acompanhada pelo Sad. Nunca tinha ganhado nada como presente de Natal. Até isso ganhei com eles”, disse Viviane. Ela fez questão de dizer que aquela felicidade, de ganhar a cesta de chocolates, só não era maior do que a que sente quando o educador social do Sad, Oseias Souza dos Santos Silva, que atende a família no domicílio, chega em sua casa.
Viviane contou que com as atividades do Sad, ela tem conseguido voltar a ser feliz como queria. “Ficou tudo muito melhor”, garante ela. A fala da moradora encontra respaldo nas afirmações feitas pela mãe Maria Jueliza de Almeida, de 63 anos, que também esteve no almoço natalino junto de sua outra filha, a jovem Cleidiana de Almeida Amaral.
“Estou muito feliz. Não apenas pelo almoço, mas sim pelas amizades que a gente passou a ter com as pessoas do Sad, do Cras”, revelou Jueliza. Ela disse que, antes da família ser acompanhada, sua vida era de muita tristeza, sentindo dor e ficava apenas dentro de casa.
“O pessoal do Sad ajuda em tudo, até mesmo nas marcações das consultas que preciso. Eles fazem atividades que me deixam muito mais animada. Quando chegam, fica tudo mais alegre. Hoje, então, não estou sentindo nada (mostrando que não sentia dores no corpo). Só alegria”, comentou Jueliza.
A alegria de participar de um almoço de Natal também foi expressada por Juracy de Souza Rosa, de 91 anos. Ela, que sempre foi muito ativa, exercia uma liderança entre os moradores no bairro Santos Dumont, viu sua vida mudar com o passar dos tempos. O impacto maior foi quando sofreu uma queda que a deixou em isolamento social.
Realidade que começou a mudar com as intervenções feitas na vida da família pelo Sad. “Neste Natal, ganhei esse presente lindo (uma guirlanda). Vou colocar na porta da casa. Mas o maior presente eu ganhei com a chegada do Sad. Eu ficava triste pelos cantos, agora fico alegre. Ele (Oseias) me leva (referindo-se ao convite em participar das ações promovidos pelo Cras) para tudo quanto é lugar”, falou sorrindo.
O marido de Juracy de Souza Rosa, José Pedro da Silva Rosa, de 81 anos, fez questão de complementar: “Mudou a vida dela, a nossa vida. Ela fica esperando ele para fazer as atividades, para fazer os movimentos. Ah, ela voltou a ficar mais ativa. O jogo das bolinhas está ajudando toda a família”, disse ele.
Os resultados obtidos pela família Corrêa Bastos, após as intervenções propostas pela equipe do Sad, segundo Regina, de 73 anos, irmã e curadora da irmã Ângela, 68 anos, são surpreendentes. Regina conta que a irmã era ativa, mas acometida por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), as dificuldades e limitações só foram se acumulando.
Segundo a irmã, foi graças ao trabalho da equipe depois de dois anos a irmã saiu pela primeira vez. “Agora posso dizer que estou tendo um Natal. Um Natal diferente. Não ia ter nada, nem presente. Agora, tivemos um almoço, presente (brinde), e ela (Ângela) saiu de casa. Estou muito feliz mesmo”, afirmou Regina.
Ela contou que o trabalho da equipe com a irmã trouxe benefícios para as duas. “Agora sobra um pouco de tempo para cuidar das minhas coisas. Enquanto eles fazem as atividades com ela, eu corro e faço as minhas”, contou.
Oséias, educador social do Sad
De tanto falarem em Oséias, entrevistá-lo se tornou imprescindível e despertou a curiosidade em saber quais eram essas atividades. O educador social foi didático ao explicar que o Sad tem uma forma de executar o serviço, começando pela acolhida – momento em que esse profissional conversa na busca de informações para nortear o trabalho com os acompanhados, através da escuta qualificada.
Segundo ele, a partir daí são elencados pontos para a estruturação do Plano de Desenvolvimento do Usuário – PDU, que aponta as questões a serem tratadas com o usuário, os objetivos a serem alcançados, as vulnerabilidades e suas potencialidades, que podem ser desde o desenvolvimento de estratégias para estimular e potencializar recursos das pessoas com deficiência e pessoas idosas, resgatar e preservar a integridade e a melhoria de qualidade de vida, prevenir confinamento de idosos e/ou pessoas com deficiência, tudo visando a garantia dos direitos, como o fortalecimento de vínculos familiar e comunitário, participação cidadã e prevenção ao abrigamento institucional.
“É uma troca. Não vou ensinar. Aquele (o domicílio) é o ambiente dele. Eu levo algumas atividades para contribuir na troca de vivências e aprendizados. Saio sempre de um atendimento com outra ideia, outra percepção, para que no próximo atendimento eu possa fazer uma nova troca e ir evoluindo com a família acompanhada”, disse ele.
Revelou que no final do dia chega em casa “muito satisfeito”, porque além de executar o serviço de uma política pública, contribui para a garantia de direitos na vida dos acompanhados. É o diferencial na vida de cada um(a) deles(as).
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, ouvir os depoimentos dos usuários do Sad é a confirmação de que a Secretaria de Assistência Social acertou em decretar urgência, destinando recursos, mobilizando e concentrando os esforços para a implantação do Sad em Vitória. “O Sad chega onde e quando aos nossos usuários precisam de mais atenção e acompanhamento para acessar seus direitos”, ressaltou Cintya.
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