Vitória quadruplica o número de vagas para o ensino integral e vira referência nacional

Vitória quadruplica o número de vagas para o ensino integral e vira referência nacional
Estudantes do tempo integral observam metamorfose das borboletas

O modelo ampliado de ensino oferece vantagens e impacta positivamente a vida das crianças. Entenda como ele funciona na rede municipal

A educação é um dos pilares para o desenvolvimento de uma sociedade. Neste contexto, o ensino em tempo integral surge como uma oportunidade para suprir as necessidades educacionais e sociais das crianças, permitindo um aprendizado mais amplo. Ele é uma das apostas da rede municipal de Vitória na gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). Nos últimos dois anos, o número de vagas subiu de 1.131 para 5.387, uma ampliação de mais de quatro vezes e virou referência nacional, já tendo recebido visitas governamentais dos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Piauí, Santa Catarina, dentro outros municípios capixaba como Linhares e Vila Velha.

Essa evolução na educação de tempo integral na cidade de Vitória tem deixado vereadores da oposição como Karla Coser (PT), André Moreira (PSOL) e Vinicius Simões (Cidadania) incomodados. PT com apoio do PSOL administrou a cidade de Vitória por oito anos com o ex-prefeito João Coser (PT) (de 2005 a 2012) e não implantou nenhuma escola em tempo integral, já a gestão do Cidadania em oito anos (de 2013 a 2020) só implantou 4 (quatro) escolas em tempo integral, enquanto a gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) em dois anos quadruplicou o número de escolas para 17 (dezessete), por isso nas últimas semanas os parlamentares da oposição tem buscado criar narrativa para desqualificar esse avanço.

Neste modelo educacional, as crianças permanecem na escola durante um período prolongado, recebendo não apenas as disciplinas tradicionais, mas também participando de atividades extracurriculares, esportivas, culturais e sociais. Esse tipo de ensino ampliado oferece vantagens e impacta positivamente a vida das crianças.

É o caso de Maria Flor Surrage, aluna do ensino infantil da Escola Municipal Silvanete da Silva Rosa Rocha, que fica no bairro Comdusa, em Vitória.

A menina possui transtorno do espectro autista (TEA) e esse foi um dos motivos que fez a mãe, Tatiane Surrage, matricular a filha numa escola em tempo integral.

A dona de casa Tatiana Surrage, mãe da Maria Flor, já percebeu melhora no comportamento da filha

“Maria é uma criança mais solta. Consegue principalmente aqui na escola brincar com os amiguinhos. Hoje, o vocabulário está mais vasto. Minha filha consegue conversar e formular frases, senta para participar das atividades de sala de aula. Isso era muito difícil no ano passado”, conta a dona de casa.

Assim como Maria Flor, outro exemplo de melhora no desenvolvimento após a inserção no ensino integral é de Ysis Oliveira, também aluna do ensino infantil da mesma escola.

A pequena Ysis com a mãe Débora

A mãe dela, Débora Barbosa, contou que a modalidade de ensino ajudou a filha em vários aspectos.

“Ela desenvolveu tanto a coordenação motora, quanto a interação com os colegas. Ysis aprendeu a se alimentar melhor, já que certos tipos de alimentos ela não comia e na escola ela aprendeu a comer esses alimentos. Como mãe, eu tenho experiências boas”, explica a mãe.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), instituição renomada que realiza estudos abrangentes sobre educação em todo o mundo, a educação em tempo integral proporciona uma série de benefícios para os alunos.

Ela permite uma maior exposição a atividades educacionais, o que contribui para um melhor desempenho acadêmico e uma maior retenção de conhecimento.

Além disso, a educação em tempo integral oferece oportunidades adicionais para desenvolver habilidades socioemocionais, como pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e criatividade, que são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho atual.

A OCDE também destaca que a educação em tempo integral pode contribuir para a redução das desigualdades educacionais.

Ela oferece um ambiente seguro e estruturado para os alunos, especialmente aqueles de origens socioeconômicas desfavorecidas, permitindo o acesso a recursos educacionais adicionais, apoio pedagógico individualizado e atividades extracurriculares que podem ampliar suas oportunidades de aprendizado.

Ampliação do ensino integral

A sexta meta do Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado pelo governo federal para ser atingida na próxima década, é oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Ainda segundo o PNE, a educação integral requer mais do que somente ampliar a jornada escolar diária. É necessário exigir das escolas e seus profissionais, da sociedade em geral e das diferentes esferas governamentais o compromisso de se ter um projeto pedagógico diferenciado, a formação qualificada dos profissionais, a infraestrutura e os meios para sua implantação.

Em Vitória, a Secretária de Educação se planejou e busca a ampliação do ensino em tempo integral, conforme a meta estabelecida pelo governo federal.

Em 2021, a rede municipal ofertava 1.131 vagas em quatro unidades de ensino. Em setembro do mesmo ano, a atual gestão regulamentou a implantação do tempo integral também na educação infantil do município. Isso permitiu a expansão da modalidade na cidade.

Atualmente, a prefeitura oferta 5.387 vagas em 17 escolas de tempo integral. Número quase cinco vezes maior do no início da gestão. Outras oito unidades estão em transição.

“A proposta do integral é bem ampla e acredito que bem unificada também. A criança entra às 7 horas, tem a proposta do momento acolhedor, depois tem as atividades que são realizadas de acordo com a faixa etária, desenvolvimento pedagógico e cognitivo. Também existe o momento integrador que abrange banho, repouso e alimentação. Todas essas atividades possuem o objetivo de qualificar e desenvolver a criança”, ressalta Waldirene Gonçalves, diretora do CMEI Silvanete da Silva Rosa Rocha.

A diretora do Silvanete da Silva Rosa Rocha destaca as experiências que são proporcionadas aos alunos

Ainda segundo a diretora, o tempo integral proporciona diferentes experiências para os pequenos.

“Nós temos a proposta de oficinas temáticas, onde a criança é levada a ter um protagonismo desde o momento onde ela escolhe de qual quer participar. Nelas, há o desenvolvimento da música, da dança, movimento corporal e cognitivo. O pai não vai apenas deixar a criança aqui, o tempo que ela está aqui dentro é qualificado diante de estímulos e aprendizados que queremos que elas levem para a vida inteira”, explica.

Vantagens do ensino em tempo integral

– Melhora o rendimento do aluno

– Libera os pais para o trabalho

– Supre as necessidades de praticar esportes

– Proporciona melhor aproveitamento do tempo ocioso

– Afasta o risco social

– Possibilita a orientação dos estudos e das tarefas

– Oferece orientação nutricional

– Melhora a convivência familiar

– Supre as necessidades de lazer, cultura e acesso à tecnologia

– Desenvolve hábitos de higiene