Valorizando a cultura local: 1º de agosto é o Dia das Desfiadeiras de Siri, uma celebração da tradição.
Uma data que exala história, cultura e sabor: o Dia das Desfiadeiras de Siri. Na Ilha das Caieiras, em Vitória, berço da tradicional profissão, a data é celebrada anualmente em 1º de agosto. Nesse dia, a comunidade local homenageia suas mulheres habilidosas que preservam e perpetuam a arte de desfiar a carne do siri, enriquecendo a gastronomia capixaba e tornando-se um símbolo vivo da identidade cultural da região.
O Dia das Desfiadeiras de Siri é uma oportunidade de celebrar uma tradição que remonta ao século XIX. Na Ilha das Caieiras, as mulheres da comunidade encontraram no siri uma fonte de sustento e uma forma de expressar sua identidade cultural.
Tradição com Raízes Históricas
As desfiadeiras de siri são mulheres habilidosas que trabalham com destreza e maestria para extrair a carne suculenta do siri, um crustáceo abundante nas águas da região da Ilha das Caieiras. Suas mãos ágeis transformam o crustáceo, que ganha destaque nos cardápios de diversos restaurantes e nos lares de moradores e turistas que visitam a região. Transmitindo suas técnicas e conhecimentos de geração em geração, as mulheres da comunidade encontraram no siri uma fonte de sustento e uma forma de expressar sua identidade cultural.
Eliana Santos Muniz Corrêa, filha de pescador e desfiadeira de siri, fundou a primeira Associação de Pescadores e Desfiadeiras de Siri em 1997. Para ela, a data tem uma grande importância. ” É muito importante comemorar este dia, porque antigamente as desfiadeiras não eram conhecidas. Fundamos a Associação para as pessoas conhecerem a nossa cultura e o nosso ofício, e hoje somos conhecidas a nível nacional. Até hoje, a Ilha sobrevive do pescado, dos mariscos. As desfiadeiras se profissionalizaram e hoje trazem o sustento para suas famílias. Com o nosso trabalho e a nossa simplicidade, nós trazemos o melhor para o turista e para todo o povo capixaba”.
O Legado das Desfiadeiras de Siri
O Dia das Desfiadeiras de Siri é uma oportunidade de olhar para o passado, valorizar o presente e projetar o futuro. Essas mulheres dedicadas e talentosas representam um verdadeiro legado cultural e gastronômico da região de Vitória.
Há 46 anos Rosane Pereira da Silva é desfiadeira. Ela aprendeu o ofício com sua avó, Maria Correia do Nascimento (Tia Maroca). Sua rotina começa bem cedo, às 04 da manhã. ” O pescador chega com o siri, eu levo para o queimador para cozinhar e depois venho pra casa e começo a desfiar. Através do meu trabalho como desfiadeira eu consegui concluir o meu curso em pedagogia, assim como, sustentar meus 2 filhos”, conta.
Rosane também ressalta sobre a tradição e sobre a contribuição do ofício para a cidade. ” É muito significante para mim continuar com esta tradição. Através do meu trabalho eu ajudo a manter tanto a cultura gastronômica, quanto o turismo da região com os pratos feitos a partir do siri desfiado” , completou.
Ao celebrar essa data, a comunidade e os visitantes reconhecem o papel fundamental das desfiadeiras de siri na história da Ilha das Caieiras, rendendo homenagem a um ofício que transforma a simplicidade do mar em pratos que conquistam corações e paladares.
Em um mundo em constante transformação, a Ilha das Caieiras e suas desfiadeiras de siri permanecem como um exemplo inspirador de como tradição e sabor podem se unir para criar um patrimônio gastronômico único. Ao visitar esse tesouro escondido em Vitória, os turistas têm a oportunidade não apenas de saborear uma deliciosa iguaria, mas também de mergulhar em uma história de resiliência, tradição e identidade cultural.
Fonte: PMV