Planetário de Vitória completa 28 translações encantando e divertindo o público

Planetário de Vitória completa 28 translações encantando e divertindo o público
Férias no Planetário

A história dos Centros de Ciência, Educação e Cultura de Vitória (CCEC) começou a ser escrita com o Planetário de Vitória, aberto ao público em 23 de junho de 1995, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Desde então, mais de meio milhão de visitantes já retiraram ao menos um bilhete com destino ao conhecimento científico sobre o nosso Universo.

O Planetário de Vitória difunde a ciência e o conhecimento na capital capixaba, no Espírito Santo, recebendo instituições de ensino até mesmo de outros. Destino de incontáveis visitas pedagógicas de escolas, esse espaço faz parte da memória afetiva de muitos estudantes, professores, curiosos e apaixonados pela Astronomia. Para comemorar seus 28 anos, nesta sexta-feira (23), tem sessões gratuitas e o lançamento de uma produção inédita, com a sessão “Astronomia Cultural Tupinikim e Guarani”.

“É muito especial ter na Secretaria de Educação equipamentos públicos que cumprem um papel importantíssimo na difusão do conhecimento científico como são os nossos Centros de Ciência, Educação e Cultura. O Planetário de Vitória é um marco, ele foi concebido a partir do desejo de tornar a ciência acessível e de fazer de Vitória uma cidade educadora. É uma alegria comemorar essa data trazendo um conteúdo que é parte da nossa história, mostrando que os nossos povos originários também produziam conhecimento na Astronomia. Esperamos vocês”, convidou a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner.

As sessões comemorativas do aniversário do Planetário são gratuitas, abertas ao público e a entrada é por ordem de chegada, a partir das 18 horas. Cada sessão tem capacidade para atender até 60 pessoas.

Programação

Ao longo do dia, o Planetário receberá, a partir das 8 horas, visitas guiadas de unidades de ensino da rede municipal, com oficina de arte relacionada à Astronomia e programação na cúpula conforme a faixa etária dos estudantes.

Pela manhã, estarão presentes a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Zilda Andrade; os Centros Municipais de Educação Infantil em Tempo Integral (Cmei TI) Carlita Corrêa Pereira e Jacyntha Ferreira de Souza Simões; e a Emef Maria Leonor Pereira da Silva.

À tarde, estão programadas as visitas da Emef em Tempo Integral Moacyr Avidos, da Emef Elzira Vivácqua dos Santos e do Cmei Laurentina Mendonça Corrêa.

A programação aberta ao público tem início às 18 horas, com espaço instagramável. A primeira sessão, Reconhecimento do Céu, é voltada ao público infantil, para crianças a partir de 3 anos.

Às 18h30 e às 19h30, será exibida, pela primeira vez, a sessão “Astronomia Cultural Tupinikim e Guarani”, produzida pela equipe do Planetário.

Astronomia Cultural

Tanto a etnia Tupinikim quanto a etnia Guarani, de acordo com a estudante de Ciências Biológicas e planetarista Sâmela da Silva Santos, de maneira geral se baseavam nos movimentos dos astros para a realização de atividades como acordar, almoçar e caçar. Os povos Guarani, inclusive, criaram constelações ao longo do tempo que não utilizavam somente as estrelas, mas também as regiões mais claras e mais escuras do céu, como o rastro da nossa Via Láctea.

Esta nova sessão do Planetário de Vitória busca trabalhar a percepção do céu e dos astros para os povos Guarani e Tupinikim do Espírito Santo. Tem como objetivos destacar a influência desses povos sobre a Terra; desconstruir a ideia de homogeneidade de uma cultura indígena única; conhecer aspectos das culturas indígenas para valorizá-los; além de apresentar algumas constelações indígenas. Seu foco é proporcionar a construção de uma ligação maior com o céu, mostrando um sentido de integração com a natureza, presente na cultura dos povos originários brasileiros.

“É importante entender que a Astronomia que conhecemos hoje tem origem na Europa Ocidental. No entanto, os povos originários já utilizavam a observação do céu como ferramenta para localização, contagem do tempo, com a elaboração de calendários, e construção de constelações que se tornaram parte de sua cultura. Deste modo, falar sobre Astronomia Cultural é valorizar e divulgar o conhecimento indígena sobre Astronomia”, detalhou a planetarista Sâmela.

O projeto que resultou na criação desse conteúdo foi um desafio proposto pela pedagoga referência do Planetário, Edileuza Domingos, e pelo técnico-científico Messias Bicalho Cevolani em função da carência de uma sessão com o tema “Astronomia Cultural”.

“Astronomia Cultural Tupinikim e Guarani” foi desenvolvida por seis meses, de acordo com Sâmela. Para aquisição de conhecimento técnico sobre Astronomia Cultural sob a perspectiva indígena dos povos que habitam o Espírito Santo, foi realizada uma visita técnica à Aldeia Temática Guarani, em Aracruz, bem como foi realizada uma formação sobre Arqueoastronomia Rupestre e Astronomia Cultural com o fotógrafo e historiador Gustavo Villa, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Além da busca pelo referencial teórico necessário, o Planetário de Vitória concedeu aos planetaristas a formação necessária para o desenvolvimento e aperfeiçoamento sobre o tema.

O Planetário

O Planetário de Vitória é um dos Centros de Ciência, Educação e Cultura que busca cumprir sua missão de ensinar, divulgar e popularizar a Astronomia e as ciências correlatas ofertando para a população atividades diversificadas para crianças, jovens e adultos. É um espaço cultural e científico da cidade de Vitória que encanta gerações com sessões na cúpula e exposições temporárias. Além disso, realiza várias oficinas científicas para famílias e escolas.

Os Centros de Ciência

A inspiração para criar os Centros de Ciência, Educação e Cultura de Vitória surgiu após visitas realizadas à Universidade de São Paulo (USP) em 1990, por um grupo de aproximadamente 40 professores efetivos da rede municipal de ensino de Vitória. Os profissionais foram fazer cursos no Instituto de Física da USP e conhecer práticas realizadas em espaços não-formais, como: Instituto de Oceanografia, Instituto de Zoologia, Butantã e a Estação Ciência.

A troca de experiências e os novos conhecimentos adquiridos aguçaram a vontade do grupo para a concretização dos espaços científicos na capital capixaba. o primeiro foi o Planetário de Vitória, em 1995; depois a Praça da Ciência, inaugurada em 1999; seguidos da Escola de Física, inaugurada em 2000, e da Escola da Biologia e História, aberta em 2001. O espaço mais recente é a Escola de Inovação, criada em 2020.

SERVIÇO

Planetário de Vitória: há 28 translações encantando o público

  • Espaço instagramável
  • 18h: Reconhecimento do Céu (infantil)
  • 18h30: Astronomia Cultural Tupinikim e Guarani (lançamento)
  • 19h30: Astronomia Cultural Tupinikim e Guarani (lançamento)

Onde fica: Avenida Fernando Ferrari, 514, dentro do campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo.

Entrada gratuita, sujeita à ordem de chegada.

Fonte: PMV