Indígenas da aldeia de Irajá visitam Escola da Ciência, Biologia e História

Indígenas da aldeia de Irajá visitam Escola da Ciência, Biologia e História
Apresentação cultural de indígenas da aldeia de Irajá na Escola da Ciência, Biologia e História (ECB

A Escola da Ciência, Biologia e História (ECBH) destaca a natureza e a cultura regional por meio de um acervo centrado em temáticas capixabas: maquetes do patrimônio histórico regional, artefatos arqueológicos, utensílios de pesca, artesanato doméstico, alimentos resinados, painéis, fotografias, animais taxidermizados, dentre outros elementos.

Para ressignificar as narrativas e as práticas pedagógicas existentes na sede de um dos Centros de Ciência, Educação e Cultura (CCEC), algumas ações foram realizadas com o propósito de reorganização de dois espaços de exposição: Espaço Africanidades e o Espaço dos Povos Originários.

“O plano de ação deste ano da Escola da Ciência, Biologia e História contemplou várias dimensões, dentre elas, a dimensão museal, com objetivo de reestruturar o acervo museológico. A museologia social nos convida a desconstruir esteriótipos, ter novos olhares e novos saberes sobre os povos negros e indígenas. Somente eles é que conseguirão nos mostrar, dizer, apontar e apresentar o que devemos ter em nosso acervo e quais são os conteúdos e as informações que passaremos para nossos visitantes”, destacou a diretora dos CCEC, Eliane Marques.

Nesta quarta-feira (30), a Escola da Ciência, Biologia e História recebeu a visita de membros da aldeia de Irajá, que fica em Aracruz. Eles foram convidados a conhecer o espaço museológico e partilhar suas histórias, lutas e as várias formas de resistências.

“O espaço museológico da ECBH é muito diversificado e é de suma importância a existência de um espaço destinado aos povos originários. Estamos muito felizes por poder contribuir com a reorganização do espaço e estamos à disposição para ajudar a tornar o local representativo”, ressaltou Ulianara Gomes (Nome Indígena: Yasy), uma das lideranças do grupo jovem da aldeia de Irajá.

O grupo realizou diversas apresentações culturais, com direito à música tocada a partir de instrumentos indígenas e também danças locais. Além disso, eles conduziram uma roda de conversa com estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Vicente de Paulo, que fica no Centro de Vitória, e estava visitando a ECBH.

“Estamos muito gratos pela oportunidade de vir aqui hoje e conhecer esse rico espaço, um local único com diversos elementos culturais do nosso Estado. Gostei bastante da iniciativa de reorganizar o Espaço dos Povos Originários, esperamos somar muito nessa perspectiva para que mais pessoas conheçam sobre a cultura dos povos do nosso Estado”, Vinicius Vitoriano, que também faz parte do grupo jovem.

Ações já realizadas

Para o Espaço de Africanidades, a ECBH promoveu vários encontros de formação com a equipe da Comissão de Estudos Afro-Brasileiros (Ceafro) e a Comissão de Educação das Relações Étnico-raciais (Cerer) da Secretaria de Educação de Vitória (Seme), representadas pelas professoras Noélia Miranda e Priscila Lauret.

O objetivo das atividades foi compreender a cultura africana trazida ao Brasil e que hoje constitui a cultura afro-brasileira. “Partindo da frase de Angela Davis, ‘não basta não ser racista, é preciso ser antirracista’, é que buscamos recompor esse espaço”, ressaltou a diretora Eliane.

Para o Espaço dos Povos Originários, foi realizado um encontro formativo com Tiago Mateus, indígena tupiniquim da Aldeia de Córrego do Ouro, que fica em Aracruz. Nesse encontro, profissionais que atuam na Escola da Ciência, Biologia e História tiveram a oportunidade de ouvir sua história de vida, suas memórias e as várias lutas que os povos indígenas tupiniquim enfrentaram e ainda enfrentam.

Como visitar?

Grupos de até nove pessoas não necessitam fazer agendamento, a entrada é gratuita.

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 horas e das 13h às 17 horas. Aos sábados, das 8h às 12 horas.

Onde fica: Avenida Dário Lourenço de Souza, Nº 790. Bairro Mário Cypreste (na entrada do Sambão do Povo).
 
 
Fonte: PMV