Conheça a Basílica de Santo Antônio e sua história

Conheça a Basílica de Santo Antônio e sua história

SANTUÁRIO-BASÍLICA DE SANTO ANTÔNIO

No começo do século XVI iniciou-se em Todi (um Município italiano da região da Úmbria, Província de Perugia, no centro da Itália) a imponente construção do Templo de Nossa Senhora da Consolação. O Templo é um dos exemplos de igreja renascentista mais importante, com uma cruz grega, isto é com os lados da cruz do mesmo tamanho. Como o vemos hoje é o resultado de um longo processo de construção e, portanto, não é apenas o passo decisivo do projeto inicial de Bramante.

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O projeto se assemelha ao da Basílica de São Pedro, para o qual Bramante tinha fornecido o projeto com um plano central de igreja e é a obra que melhor reflete as suas concepções de estilo. De fato, São Pedro foi projetada por Bramante, embora o projeto final (que consistia no projeto inicial, mais algumas alterações entre as quais a mudança em cruz latina) seja da autoria de Michelangelo. A posição periférica onde seria construída a Igreja tinha a vantagem de apresentar Todi como um objeto de destaque já visível à distância. Quase cem anos foram necessários para concluir a grandiosa e harmônica construção.

Quatrocentos anos mais tarde, depois de criada e instalada a Paróquia de Santo Antônio e confiada aos Religiosos Pavonianos (1951), o Bispo Dom José Joaquim Gonçalves incumbiu aos mesmos religiosos (1956) a tarefa de construir um Santuário a ser dedicado a Santo Antônio, que tinha sido conclamado Padroeiro da Cidade juntamente com Nossa Senhora da Vitória. Na época a comunidade estava estudando a construção de uma nova igreja paroquial no Bairro, devido ao fato de a velha Matriz não atender mais à demanda da população que tinha aumentado de maneira significativa.

Depois de vários estudos e pesquisas, optou-se por escolher, com a anuência do Bispo, como modelo para a nova igreja, o referido Templo de Nossa Senhora da Consolação de Todi.
Pe. Mateus Panizza, Pároco na época, conseguiu motivar e mobilizar a inteira população católica do bairro de Santo Antônio, fazendo com que todo mundo participasse com mutirões e doações para a empreitada, considerando-a como coisa própria, testemunho da própria fé.

Sob a responsabilidade do arquiteto Estanislau Zasbruen e a coordenação do mestre de Obras Sr. Benedicto Rosalém os trabalhos se iniciaram com a Bênção e Lançamento da Pedra Fundamental do Santuário de Santo Antônio  em 09 de dezembro de 1956.  Deu-se inicio à Construção do Santuário que, 15 Anos depois – 29 de Maio de 1971 – foi inaugurado oficialmente por Dom João Baptista da Mota e Albuquerque, Arcebispo de Vitória do Espírito Santo, mesmo que por volta do ano de 1967 a construção já imponente apresentava-se satisfatoriamente concluída e já funcional para as celebrações comunitárias.

Passando agora a olhar o Santuário podemos dizer que representa um dos poucos Templos de imitação da arquitetura religiosa renascentista no Brasil. Em Vitória a proposta de uma igreja  nesse estilo arquitetônico chega tardiamente, se consideramos que a maioria das construções que buscam referência na arquitetura europeia é datada  nas duas primeiras décadas do século XX. As cúpulas são elementos arquitetônicos de destaque no Santuário. Em Vitória temos poucos exemplos de construções com cúpulas centralizadas, utilizando os círculos e semicírculos: o Palácio Domingos Martins, do arquiteto italiano André Carloni e o Teatro Glória do alemão Ricardo Wright.

O estilo arquitetônico, formado por cúpulas, arcos, pilastras, paredes de concreto, tijolos e argamassa, e com ornamentações em gesso, desconhecendo por completo o uso do mármore com suas variadas aplicações, está bem longe da perfeição e harmonia do modelo clássico italiano em que se inspira. Contudo, não deixa de ser um dos raros e bem sucedidos casos de imitação desta arquitetura no Brasil. Atinge-se, assim um dos objetivos que a comunidade de origem italiana partilhava, mesmo sem verbalizá-la, que foi o desejo de ter um monumento que a aproximasse da sua terra natal com toda a religiosidade representada numa construção renascentista, embora longe da realidade cultural brasileira. Talvez, este sonho estivesse presente, também, nos religiosos italianos que projetaram e estiveram a frente da obra. Ao longo do tempo, tornou-se, sim, um monumento bonito, mas que pouco fala ao possível saudosismo dos filhos dos emigrados.
A base em forma de cruz grega torna o templo mais adaptado às exigências da liturgia participativa que o Concílio Vaticano II promoveu.

A perfeição simétrica das cúpulas, edificadas com material diferente do que era usado na Antiguidade e na Renascença provoca um severo problema acústico, hoje contornado e solucionado em parte com a colocação no interior das quatro cúpulas, de painéis absorventes às ondas sonoras.
A Prefeitura de Vitória, em 1994, presenteou o monumento com uma esplendorosa iluminação que funciona automaticamente e que nas horas noturnas projeta a silhueta do Santuário bem longe, parecendo um brinco que se espelha à beira-mar.

O Santuário de Santo Antônio possui 37,74 m. de altura até a ponta superior da cruz acima da lanterna, somando com os anexos e os pátios 2.575 m² e uma área no seu interior de 905m², incluindo as quatro salas internas, com um perímetro de 103,37m, comportando um total de 2.089 pessoas, sendo 656 sentadas. O interior do Santuário passou por várias modificações entre os anos 1980 e 2005 para adaptá-lo às demandas da Paróquia e corresponder em termos de liturgia, de pastoral, de acústica e de aclimatação às exigências locais. Efetivamente, ainda não conseguiu adaptar-se à verdadeira  finalidade que motivou sua construção: o de servir às exigências de uma Paróquia.

Estando no interior, ao centro, contempla-se o conjunto de obras que nos revela:

• O altar do Santuário, no meio da ábside, que é simples e elevado por alguns degraus, com a Pia Batismal à direita, e o ambão à esquerda. Antes ainda do termino da Obra em construção, na Trezena e festa de Santo Antônio de 1964, o templo ganha um grande presente: a expressiva escultura em peroba do Cristo moribundo na Cruz, no momento que dá o último clamor (… então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito – Mt 27,50). A obra do escultor Carlos Crepaz, que a doou como recordação e agradecimento dos seus anos passados entre nós, encontra-se colocada ao fundo do Presbitério, emoldurada por um conjunto de placas, e medindo 4,60m de altura e 2,55m de largura.  Em cima, na semi-cúpula, os afrescos de Alberto Bogani, do ano de 1995, representando os santos, intitulados Heróis da Caridade. Uma luminosa hóstia, ao meio do elevado arco,  transmite a força  eucarística aos cinco personagens.

• A cúpula central que possui vitrais coloridos em forma de cruz, janelas voltadas para o ar livre e  revestida, ao interno, com forro acústico, sendo sustentada pelas ábsides, onde acima das pilastras encontramos os quatros evangelistas,  e nos arcos os quatro símbolos, pintados por Bogani sempre no ano de 1995.

• Na ábside do lado esquerdo, temos a escultura da Imaculada Conceição entronizada aos 08 de dezembro de 2009. A imagem mede 2,25m. de altura, esculpida em cedro pelos escultores Dinho Diniz e Álvaro Junior em policromia com revestimento em folhas de ouro de Thais Ingrid Liberato Rocha.

• No mesmo lado encontra-se a belíssima escultura em cedro de Nossa Senhora do Desterro, obra, também, do escultor Carlos Crepaz , colocada aqui depois que a Capela no morro do Cruzeiro, para a qual tinha sido feita, foi praticamente destruída por vandalismo.

• Na ábside do lado direito, temos a imagem de Santo Antônio, esculpida nas oficinas da Casa Sucena no Rio de Janeiro com aplicação de tinta especial e que foi adquirida em 1968 da Catedral Metropolitana de Vitória, devido ao fato que, na reforma da Catedral, foi, a mesma imagem, retirada de um dos nichos das paredes laterais.

• Nas duas semi-cúpulas também é utilizado o revestimento anti-eco.

O Santuário possui 117 janelas, sendo que somente os que ficam na cúpula central e as que possuem vitrais decorativos contêm frontões triangulares. Há cinco portas de acesso para entrada e saída em toda a estrutura do Templo.

No interior do Santuário,  existem quatro anexos: a sacristia, a sala adaptada para Confessionário, a Capela do Santíssimo, a sala destinada ao Atendimento Administrativo e, ao lado delas, ficam as escadas que dão acesso aos andares de cima, – duas delas também ao coro, usado para corais e orquestras nas celebrações e festas, casamentos -, e ao terraço, de onde temos a vista estupenda de uma grande parte do Bairro e da cidade. Ladeando a edificação nos quatro setores, há, em cada um, salas disponíveis que objetivavam  áreas a mais destinadas a atividades ou depósitos do Santuário com a existência de janelas para que tudo fosse muito arejado.
Na parte externa a pintura, – sendo a base de camurça fosco, as cúpulas prateadas com alumínio alto brilho, a cor preta nas divisões horizontais da construção, um marrom mais avermelhado nas janelas, frontões e divisões verticais – contribuem a destacar a Basílica no panorama circunstante.

Os Vitrais
No final do ano de 1966, no Santuário concluiu-se o trabalho de colocação dos vitrais com a instalação das janelas todas historiadas. Foram realizados pela Arte Decorativa Ltda. de Curitiba. Eles foram doados por diversos segmentos da sociedade capixaba como a Prefeitura Municipal de Vitória, Associações e Entidades, pessoas e famílias da cidade e do bairro. Todos os vitrais são retangulares, dispostos na vertical e alocados na parte central das paredes da igreja, tendo como suporte uma estrutura de ferro com seis subdivisões horizontais e duas verticais, sendo as posicionadas nas extremidades aquelas que delimitam a moldura pintada no próprio vidro. Estas subdivisões, juntamente com o vidro feito de material dilatador, evitam as possíveis rachaduras propiciadas pelas constantes mudanças de temperatura. Portanto, ao observarmos os vitrais de perto em tempo de calor, verificamos as pinturas dilatadas ou estufadas para dentro da igreja, o que melhora no clima frio. Os vitrais são em número de vinte e possuem cores vibrantes e estilizadas com alternância entre claro e escuro, onde figuram elementos sacros de estilo tradicional, tendo como tema algumas passagens sobre a vida de Santo Antônio de Pádua (13), de Santo Ludovico Pavoni, de São José, da Cruz Redentora, do Coração de Jesus, de Nossa Senhora (02), do Espírito Santo.

Os vitrais da ábside do altar representam:
1. Santo Antônio que consola os desabrigados das enchentes, oferecido pelo Grêmio Ludovico Pavoni ;
2. Santo Antônio que distribui os pães aos necessitados, oferecido pela Família Bassini ;
3. Santo Antônio e o Menino Jesus , oferecido por Dante Três Cia. Ltda.;
4. Santo Antônio ouve as preces de pescadores em perigo, oferecido pela Distribuidora Mercantil SA;
5. Santo Antônio atende a um devoto mutilado , oferecido por Armando Mariani.

Os vitrais da ábside direita representam:
1. Devoto necessitado, sendo consolado por santo Antônio, oferecido pela Família Feu Rosa;
2. O Sagrado Coração de Jesus , oferecido pelo Apostolado da Oração e Cruzada Eucarística;
3. A Cruz Redentora glorificada de Jesus, oferecido pela Prefeitura Municipal de Vitória;
4. Nossa Senhora das Dores, oferecido pela Família Alexandre Buaiz;
5. Santo Antônio protege devoto do assédio do demônio, oferecido por Augusto Estellita Lins.

Os vitrais da ábside esquerda representam:
1. Santo Antônio cura um enfermo, oferecido  pelo Dr. Lucílio Sant’Anna;
2. São José e o Menino Jesus, oferecido por José Caetano Boina;
3. Santo Ludovico Pavoni e as crianças , oferecido pelo Praesidium Imaculata da Legião de Maria;
4. A Imaculada Conceição , oferecido em memoria de Dª Francisca Isabel Sarlo;
5. Devoto agradece Santo Antônio pela graça recebida, oferecido por Joaquim Calhau.

Os vitrais da ábside sobre a porta central, onde fica o coro, foram comprados com o dinheiro das Ofertas da Paróquia, mas em 2007 alguns foram restaurados e várias pessoas contribuíram para a restauração. Representam :
1. Santo Antônio visita e evangeliza um presidiário, o restauro foi pago pela Miúda = Odysseia Salles e vários paroquianos;
2. O milagre do jumento que deixou de comer a sua ração para adorar e ajoelhar-se diante da apresentação do Santíssimo , oferecido por Roberto Kautski & Cia.;
3. A pomba, símbolo do Espírito Santo ; o restauro foi pago por Mafalda Môro Sant’Anna;
4. Santo Antônio salva um devoto que é atropelado; o restauro foi pago por Edith Afonso Freire e Filhos;
5. Santo Antônio ministra a santa Unção a um enfermo; o restauro foi pago por vários paroquianos e colaboradores.

No Santuário, já em 1995 tinha sido realizado um restauro em geral dos vitrais coloridos das janelas da cúpula central. Em  2007, procedeu-se ao restauro dos 20 vitrais, em particular dos  acima da porta central muito desgastados. Quem executou a obra foi a Vitrais e Restaurações Ltda. de Riedel Leite de Freitas, que já tinha trabalhado na Catedral da cidade.

As pinturas
No começo do ano de 1995 (800º ano do nascimento de Santo Antônio) e continuando com suas vindas nos anos de 1997, 1999 e 2002  foi a vez de o Santuário ganhar mais uma obra de arte. O mestre italiano, Alberto Bogani, artista de grande religiosidade, com a colaboração dos decoradores  Ercolino Borghi e Renzo Buonvicini, ofereceu  sua generosa contribuição, renovando totalmente a veste interior do templo.

Podemos  fazer uma panorâmica do trabalho realizado pelo pintor Alberto Bogani, que costuma usar a arte para transmitir  ideias e sentimentos e para fazer  uma catequese de fácil leitura e interpretação.

No  ano de 1995  Alberto pinta os santos da ábside, os evangelistas e os outros dois a decoração dos arcos. Em 11 de agosto de 1997  Bogani volta e realiza os quadros da Anunciação e do Pentecostes. Estará  ainda conosco em 1999 para pintar os quadros do Nascimento e da Ressurreição. Em 2002 ainda se encontra em Vitória para terminar o seu trabalho no Santuário: pinta na ábside os quadros da Última Ceia e da Crucifixão. O período em que os pintores permaneciam em Vitória era do final de junho até setembro, período das férias na Europa.
É o resumo, praticamente do Mistério da Encarnação e da Igreja  que ao longo da sua história  anuncia a Boa Nova, visando, em particular, os pobres, os pequenos e os excluídos.

Sustentando a cúpula encontramos quatro arcos. Bogani aproveitou para deixar ainda mais expressa em sua arte, a existência de sua fiel religiosidade. Partindo da entrada principal contempla-se no primeiro arco, o símbolo que mostra o nascimento da Igreja Católica Apostólica Romana através das chaves, recebidas pelo apóstolo Pedro. É o símbolo do Papado . Nos outros restantes, da esquerda para a direita, observa-se: 1º a insígnia que simboliza o A de Ave e o M= Maria, no arco da ábside de esquerda; 2º a insígnia que simboliza a Eucaristia: JHS = Jesus Hominibus Salvator – Jesus Salvador dos Homens – no arco da ábside do presbitério; 3º o Símbolo da Congregação dos Pavonianos FMI=Filhos de Maria Imaculada, no arco da ábside da direita .

Já na cúpula da ábside, acima do altar, avistam-se as testemunhas da Misericórdia de Deus, aqueles que vivenciaram, no tempo, a Palavra.

De esquerda para a direita: 1º São Vicente de Paulo; 2º uma Mãe, homenageando e retratando a mulher anônima e todas as mulheres que se tornarão mães, acolhedoras que são dos Filhos de Deus, e que merecerão a vida eterna; 3º São Ludovico Pavoni, o fundador dos Filhos de Maria Imaculada; 4º Madre Tereza de Calcutá; 5º São José de Anchieta, Jesuíta, Apóstolo do Brasil, e das terras do Espírito Santo, em particular, onde faleceu.
Abaixo destas representações, podem-se ler as palavras de convite de Jesus quando entraremos todos na sua casa: Vinde, benditos do meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo!
Uma luminosa hóstia  transmite a força  eucarística aos cinco personagens. Com essa força esses socorrem as misérias cinzentas de pobres, aleijados, doentes, índios, negros, crianças abandonadas, adolescentes de rua,… ganhando um glorioso triunfo impresso no esplendor da luz dos rostos.

A cúpula central possui vitrais com vidros coloridos apenas em forma de cruz, e é revestida com forro anti-eco, e acima das pilastras, nos pendentes que sustentam a abobada, encontramos os quatros evangelistas pintados por Bogani  a começar de João ao lado esquerdo da ábside central, depois temos Marcos, Mateus e Lucas.  Compondo vida, amor, morte, ressurreição, simbolizam, cada um, seus respectivos estilos e mensagens de cada evangelho que aparecem sob seus pés: Lucas com o símbolo do touro, João com o símbolo da águia, Marcos  com o símbolo do leão, Mateus com o símbolo do anjo.

A composição se dispõe nas paredes centrais do templo com a seguinte temática, a partir de esquerda:
A Anunciação (1999) Na Anunciação o Anjo revela a proposta do Pai: de Maria  se tornar a Mae de Jesus, o Filho de Deus, por obra do Espírito Santo. Maria deixa ao seu lado o cesto com os trabalhos com  os quais estava lidando. A Anjo dialoga com Maria, apontando para o símbolo do Espírito Santo em um banho de cores amarelos, sinais de pureza e divindade, e, ao mesmo tempo, parece  dar a resposta à pergunta de Maria, lembrando ser Ele mesmo que participará ao Mistério. Maria de braços abertos acolhe a proposta e, reclinando a cabeça, se professa serva do Senhor. O fundo celeste do quadro espalha serenidade e segurança .

Os afrescos da Basílica de Santo Antônio
“A todos aqueles que apaixonadamente procuram novas « epifanias » da beleza para oferecê-las ao mundo como criação artística.”
(João Paulo II aos artistas)

Quem entra na Basílica de Santo Antônio não pode deixar de olhar para o alto e contemplar suas belas pinturas. A construção do Santuário teve início em 1956, e foi finalizada em 1976. Ele possui quatro semi-cúpulas, uma cúpula central e sua base tem forma de cruz grega, isto é, todos os braços têm o mesmo tamanho. Sua construção foi inspirada na arquitetura italiana renascentista da Igreja Nossa Senhora da Consolação, em Todi, Itália Central.

Nos anos 1995-97-99 e 2002 contamos com a presença do pintor italiano Alberto Bogani, que com a ajuda dos dois colegas artistas, Lino Borghi e Renzo Buonvicini, “embelezaram as paredes internas da agora ‘Basílica de Santo Antônio’ com aquele estupendo conjunto de pinturas que alegram a vista, elevam o coração e envolvem a mente na meditação dos principais mistérios da Redenção de Jesus Cristo”, conforme nos conta padre Roberto Camillato.

Alberto Bogani inseriu na pintura sua grande experiência em afrescos, sobretudo de igrejas. As figuras por ele pintadas são caracterizadas por um forte realismo dos movimentos. O conjunto se baseia em uma composição robusta, de plasticidade escultural, porém, nos painéis há uma imobilidade monumental nos seus afrescos devocionais. Usa o entrelaçamento de linhas e deixa flutuar faixas coloridas que nos recordam as lições de Boccioni, primeiro futurista.
A cúpula central, com 37 metros de altura, traz no centro a pintura de padre Ludovico Pavoni, fundador da congregação Pavonianos. Do lado esquerdo do presbitério temos o painel “Nascimento de Cristo” e do lado direito o painel “Ressureição de Jesus”.
Outros painéis pintados nas paredes da igreja retratam cenas da Bíblia como Anunciação, Santa Ceia, Crucificação e Pentecostes. Os vitrais, assim como a grande cruz do “Cristo Moribundo” são do artista italiano Carlos Crépaz, que viveu em Vitória.

Em 2008, o Vaticano concedeu ao Santuário de Santo Antônio o título de ‘Basílica’, do grego “A casa do Rei”. Hoje, “trata-se de um título honorífico que o Vaticano concede a alguns templos católicos, localizados em qualquer parte do mundo, que se distinguem pela beleza artística, pela transmissão da fé e pela vivência cristã.

“Vale a pena conferir pessoalmente e contemplar esta beleza tão perto de nós!”

Raquel Tonini
Membro da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Vitória e Grupo de Reflexão do Setor Espaço Celebrativo da Comissão Litúrgica da CNBB

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