Centro Pop Promove Ensaio Fotográfico para Abordar Empoderamento de Mulheres
A fotografia foi utilizada como ferramenta de autoconhecimento e estímulo à autoestima das mulheres atendidas no Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop). O resultado foram ensaios fotográficos exaltando a beleza, mas acima de tudo promovendo a identidade da mulher preta.
Era só olhar para o sorriso e ouvir Fabiana Martins, 42 anos, para ter certeza de que esse sentimento era real.
“Me achei maravilhosa. Perfeição de Deus. Única”, declarou. Há dois anos em situação de rua, Fabiana revelou que sempre teve baixa autoestima, mas ao ver as fotos seu olhar sobre si mesma mudou. “Me vendo nas fotos, percebi que posso ir muito além”, disse com orgulho.
Sensação semelhante teve Maria da Penha, de 47 anos. Com histórico de pouco mais de um ano em situação de rua, ela contou que participar da produção fotográfica a fez sentir-se outra pessoa.
“Me senti importante, linda e empoderada”, falou com um sorriso largo no rosto.
Ao olhar o resultado do trabalho fotográfico, Maria da Penha disse que sonha com um futuro melhor.
“Estou tendo oportunidades aqui no Centro Pop e estou participando de tudo. Estou estudando, frequentando todas as oficinas e olhando à Cidade de forma diferente, através dos passeios ofertados. Vejo um futuro melhor”, afirmou ela.
A coordenadora do Centro Pop, Danielle Solano, contou que a ideia da produção fotográfica nasceu com o objetivo de trabalhar a autoestima e protagonismo das mulheres pretas atendidas no espaço, dentro da programação alusiva ao dia 25 de julho, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma importante data para homenagear e reconhecer a força, a resiliência e as conquistas dessas mulheres.
“Usamos a fotografia como recurso no processo de fortalecer e capacitar mulheres negras, proporcionando-lhes autonomia, igualdade de oportunidades e valorização de sua identidade e cultura”, comentou Danielle.
A produção fotográfica foi desenvolvida por meio da união e atuação da assistente social Enir Belisario e da educadora social Andrielle Carvalho. Para estimular a participação das usuárias, as trabalhadoras buscaram reforços na frase afirmativa da filósofa Djamila Ribeiro: “minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito”.
“É uma luta para combater o racismo e promover a valorização da diversidade étnica na sociedade. Isso envolve o reconhecimento das habilidades, dos direitos e dos potenciais dessas mulheres”, reforçam as trabalhadoras do Centro Pop.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, iniciativas criativas como essas mostram o empenho e o compromisso dos trabalhados do Sistema Único da Assistência Social (Suas) na atenção às mulheres negras, público prioritário da Política de Assistência Social-PNAS. Acolher essas mulheres, suas dores e ofertar intervenções técnicas que possibilitem a superação da condição de inferioridade, a partir da identificação de suas potencialidades é de extrema relevância para a Cidade.
Fonte: PMV