Alunos da Grande São Pedro produzem poesias dentro da sala de aula e distribuem pelas ruas de Vitória
Estudantes da EMEF Neusa Nunes Gonçalves, em Nova Palestina, Vitória, estão espalhando poesias pelas ruas da grande São Pedro para inspirar, alegrar e emocionar moradores e comerciantes da região.
Na sala de aula, os alunos têm aulas dedicadas à leitura e à escrita, que depois são transformados em poemas.
“O projeto surgiu da necessidade de envolver mais os nossos estudantes, de uma forma mais participativa e protagonista na construção do próprio conhecimento. Buscando trazer a poesia para a sala de aula, o lúdico para a sala de aula”, explicou a professora.
Alunos saem pelas ruas distribuindo poesia e doces — Foto: TV Gazeta
A experiência no ‘Nasce Poesia’ vai além das declamações e incentivo à leitura dentro da escola. Os adolescentes tentam mostrar o que aprenderam e contar o que é transmitido da alma para o papel nas ruas do bairro.
“Quase não se fala mais [da poesia] e, no mundo de hoje, [isso] é muito bom para a gente”, informou a vendedora Josili Santos, que escutou uma das poesias declamadas pelos alunos.
Nas mãos, os estudantes carregam cestinhas com poesias escritas por eles mesmos e um ‘mimo’ para adoçar o dia das pessoas, como balas e bombons. Também têm poemas de presente para quem para no ponto de ônibus.
Quem para no sinal vermelho e recebe a turma com gentileza, também ganha uma poesia e um presente.
Motoristas param para dar atenção aos alunos — Foto: TV Gazeta
A professora Rosemere levou tão a sério esse projeto que convidou um poeta e produtor cultural para participar: é o Diego Cavaleiro Andante, que, em 2015, saiu de São Paulo para o Espírito Santo contando poesias por onde passava.
“Vim de São Paulo para o Espírito Santo caminhando e distribuindo poesia nas escolas, nas comunidades, prisões, faculdades. A poesia é um alento para a vida das pessoas e elas precisam ter acesso. Eu acho incrível [o projeto], porque a ideia não é que eles se tornem poetas, mas que ao se descobrirem capazes de fazer poesia, percebam que eles também são capazes de se tornar médicos, advogados, pessoas felizes e construir projetos de vida saudáveis”, afirmou Diego.‘Viajante Espacial’ é uma poesia de autoria do estudante Mateus Novaes, que mal falava na escola e atualmente declama poesia.
“Eu nunca me enturmei direito. A professora do quarto ano sempre falava que eu vivia no mundo da lua. A poesia me ajudou [a se expressar mais]. Eu não conseguia nem falar direito, nem acredito que eu estou conseguindo falar aqui”, disse o aluno.
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