Escolas Realizam Atividades em Apoio às Pessoas com Deficiência.

Escolas Realizam Atividades em Apoio às Pessoas com Deficiência.

Estamos no mês de inclusão das pessoas com deficiência e as escolas da rede municipal de Vitória não deixaram esse período passar em branco. Diversas ações estão sendo realizadas nos Centro Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), para envolver toda a comunidade escolar. No próximo dia 25, por exemplo, a Emef Suzet Cuendet, que fica em Maruípe, realizará a exposição fotográfica “Um olhar sobre a cidade de Vitória”, com fotografias tiradas pelo estudante da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Guilherme Marques, que tem Síndrome de Down.

Guilherme é um jovem de 29 anos, que ama viajar de carro e registrar todos os momentos por meio das fotografias. Ele tira suas fotos tanto do celular quanto de sua máquina fotográfica, modelo Canon EOS 650D. Prefere fotografar paisagens, casas antigas, igrejas, carros antigos, motos e o pôr do sol. Fã de Alok e Dona Fran, ele curte música eletrônica e rock and roll, e sonha em ser DJ.

Cientes da paixão de Guilherme pela arte de fotografar, a professora do 1º segmento inicial Alline Gomes e a professora de educação especial Ana Lúcia Sodré convidaram o estudante para registrar acontecimentos e paisagens da cidade de Vitória. A partir das fotos do pôr do sol feitas por ele, foram desenvolvidas com os demais estudantes da EJA releituras dessas obras. A artista Tarsila do Amaral foi a inspiração para a produção de várias telas que também serão apresentadas na exposição.

“Quando perguntamos ao Guilherme sua opinião sobre essa exposição, ele nos diz que está se sentindo importante e famoso. E é assim que queremos que nossos alunos se sintam: famosos, empoderados e incluídos! A escola deve ser o lugar que potencializa os talentos de cada um, respeitando as diferenças. Ações como estas me emocionam, pois é assim que acredito numa verdadeira escola inclusiva”, diz a diretora da Emef Suzet Cuendet, Rúbia Xibili.

Ainda no dia 25, conduzidos pelos professores Randley e Willian, os estudantes do turno vespertino da Emef Suzet Cuendet conhecerão alguns esportes adaptados às pessoas com deficiência e serão incentivados a vivenciar algumas dessas modalidades esportivas. E no dia 29 acontecerá o Papo Responsa, um bate-papo entre os estudantes dos anos finais e convidados que tenham alguma deficiência. Eles vão contar aos estudantes sua trajetória de vida e os desafios que enfrentaram ao longo desse percurso.

Roda de conversa com pais sobre inclusão. Cmei Maria Goretti Coutinho Cosme.

Do dia 18 ao dia 29 de setembro, os estudantes do 6º ao 9º ano participam de um concurso de desenho e o ganhador terá sua criação artística impressa na capa do livro que está sendo produzido pela escola com textos de diversos estudantes sobre inclusão e diversidade.

Atividades lúdicas

Na Emef Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, do dia 18 ao dia 27 de setembro acontecerão atividades lúdicas na quadra de esportes. Varal tátil, bingo matemático, carta enigmática e corrida da bolinha na colher são algumas das atividades que serão realizadas com os estudantes. No dia 22, o coral cantado e sinalizado por estudantes da Emef Ceciliano Abel de Almeida se apresentará na abertura do II Colóquio Bilíngue, que será realizado no auditório da Secretaria Municipal de Educação, em Itararé. Quatro alunas irão cantar a música ao vivo, ao som de um violão, e o restante da turma do 3º ano C irá sinalizar em Libras.

Já no dia 28, das 14h às 16h30, será realizado na Emef Ceciliano Abel de Almeida o 2° Encontro de Alunos Surdos da Prefeitura de Vitória. O evento envolverá aproximadamente 60 pessoas, entre estudantes surdos e profissionais que atuam na educação bilíngue das unidades de referência em ensino bilíngue da rede municipal. O objetivo é oportunizar um momento de socialização e interação entre os estudantes surdos matriculados nas unidades de ensino de Vitória. Haverá apresentação do coral de Libras da Emef Ceciciliano Abel de Almeida, teatro e atividades dinâmicas, como jogo da velha com bola de assoprar, tapete sensorial mãos e pés, jogos de percepção visual, roleta das palavras e adivinha. Além disso, a escola foi decorada com desenhos que enaltecem os surdos.

As atividades começaram bem no início do mês. Entre os dias 4 e 15 de setembro, os estudantes da Emef participaram do Circuito Sensitivo – Vivenciar experiências especiais, um movimento de vivências em que os estudantes praticam atividades sensoriais e se colocam no lugar do deficiente. O trabalho foi desenvolvido pelos professores da educação especial do turno vespertino com todos os estudantes. Ele abordou todas as deficiências e ressaltou os obstáculos das pessoas com deficiência por meio de jogos, brincadeiras como tala no braço (escrever o nome no cartaz com os braços imobilizados), venda nos olhos (passar por um labirinto seguindo comando de voz), e soroban (resolver operações), além de vídeos como o curta-metragem Cordas, que retrata a empatia de uma criança em relação a outra que é tetraplégica.

Cartazes e murais

Na Emef Alvimar Silva, no bairro Santo Antônio, foram confeccionados cartazes e murais em alusão ao Setembro Verde, além de terem sido realizadas palestras sobre o Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro, para as turmas do 5º ao 9º ano. Nesta terça-feira (19), os estudantes vão participar de uma atividade culinária com confecção de biscoitos. Já no dia 21, haverá teatro mudo, apresentação de mágica e chá da tarde com as famílias dos estudantes surdos. A escola convidou o Cmei Darcy Vargas e a Emef São Vicente de Paula, que têm crianças e estudantes surdos, para assistirem ao teatro e à apresentação de mágica.

Experiências

No Cmei Darcy Vargas, em Santo Antônio, a turma do 6A – jornada ampliada matutino -, produziu uma mandala ressaltando as práticas inclusivas pertinentes à educação de surdos. As crianças da unidade de ensino também estão vivenciando a experiência de utilizar a plataforma elevatória de acessibilidade recém-inaugurada pela Prefeitura Municipal de Vitória. Além disso, no intuito de se colocar no lugar de pessoas cegas, a escola convidou as crianças a caminharem pelo Cmei utilizando uma venda nos olhos enquanto um colega é o seu guia. Os murais do Cmei também ganharam o colorido dos cartazes com produções visuais destacando a importância do Setembro Verde.

No dia 19 de setembro, as crianças dos grupos 3 do turno vespertino vão plantar um canteiro de girassóis, flor que é um dos símbolos do autismo. Segundo a diretora do Cmei, Maria da Penha Corrêa Pio da Silva, as famílias das crianças público da educação especial também estão sendo acolhidas neste mês da inclusão das pessoas com deficiência. Foi criado um grupo de Whatsapp e organizado dois encontros presenciais para escuta sensível por meio da arteterapia. O próximo encontro está previsto para o dia 27 de setembro, às 18 horas.

História

No Cmei Carlos Alberto Martinelli de Souza, em Gurigica, a equipe bilíngue que atua com os estudantes surdos está confeccionando com as crianças um painel contando a história da surdez e com fotos das crianças surdas atendidas na unidade de ensino. No dia 28 de setembro haverá contação de história em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para todo o turno matutino. Já a equipe de deficiências intelectuais vai espalhar pela unidade de ensino frases reflexivas sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência, além de promover vivências de sensibilização para todas as crianças.

Diálogos

No Cmei Maria Goretti Coutinho Cosme, em Jucutuquara, estão sendo realizadas rodas de conversa com as famílias das crianças com o tema “Diálogos sobre a inclusão das diferenças”. As inscrições foram abertas para todas as famílias e 70 se inscreveram. Os encontros começaram no dia 18 de setembro e terminam no dia 21. E vão até sexta-feira (22) as rodas de conversas com as crianças mediadas pelos professores sobre a mesma temática trabalhada com as famílias.

Kathiane do Carmo Pulchera Bins, mãe da Maria Luiza, de 4 anos, participou da roda de conversa com as famílias e acha muito importante a escola promover ações como estas, que incentivam as crianças a enxergarem as diferenças entre cada pessoa e a respeitarem o outro como ele é. “Eu me increvi porque a Maria Luiza tem um irmão de 13 anos que é diagnosticado com autismo, então eu sempre me interessei sobre o assunto. Eu gosto muito de me aprofundar nesta questão de inclusão. Eu acho supernecessário esse tipo de iniciativa porque a criança tem que crescer sabendo que existem diferenças, mesmo tendo transtorno ou não, somos todos diferentes”, disse.

Nesta terça-feira (19), as crianças do grupo 1 ao grupo 6 estão participando de uma gincana com diversas atividades que colocam os pequenos para vivenciar as situações do dia a dia das pessoas com deficiência. Já no dia 15, o Cmei recebeu a Banda de Congo da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Vitória.

Nesta quarta-feira (20), a partir das 7h30, serão realizadas apresentações culturais dos grupos 4, 5 e 6, com os seguintes temas: A Hora da Inclusão (grupo 4), Abraçando as Diferenças (grupos 5 e 6) e Amigo, estou aqui (grupo 6). Também será realizada uma palestra para as famílias, às 8 horas, pela fundadora da Cariacica Down, Paula Shaydegger.

Sensibilização

No Cmei Ana Maria Chaves Colares, em Jardim Camburi, foram produzidos cartazes para sensibilização da comunidade escolar sobre o mês da inclusão social. Foi construído pelas professoras um alfabeto em Libras para que as crianças dos grupos 4, 5 e 6 possam fazer seus nomes utilizando a datilologia, ou seja, o alfabeto manual, que tem como objetivo atribuir sinais às letras.

As salas mais frequentadas pelas crianças foram identificadas com um pequeno cartaz em libras e com um QR Code para visualização de um aluno representando o nome da sala também em Libras. Além disso, foram desenvolvidos diálogos com as crianças sobre inclusão, de forma lúdica, utilizando recursos como fantoches, histórias e músicas.

Fonte: PMV