Educação terá inclusão da educação afro-brasileira no currículo escolar no Espírito Santo
Um projeto que inclui a educação afro-brasileira no currículo escolar foi lançado nesta terça-feira (2) no Espírito Santo. A cartilha de 106 páginas foi elaborada por 24 autores e 10 mil exemplares foram impressos e serão encaminhados às escolas públicas.
O objetivo do caderno é orientar os educadores sobre como incluir a cultura e a história afro-brasileira no currículo escolar.
“A metodologia pensada foi exatamente a partir de que desafios o professor encontra para implementar essas legislações e para trabalhar essa temática. Então, vocês podem ver aqui que tem momentos, palavras que recomendam como o professor, em sala de aula, pode vencer e desafiar situações de racismo que podem ocorrer no âmbito da própria escola”, afirmou Valquíria Santos Silva, coordenadora de estudos afro-brasileiros da Secretaria de Educação do Estado (SEDU).
O governador Renato Casagrande (PSB) também assinou um decreto que institucionaliza o Programa de Educação para Relações Étnico-Raciais no Espírito Santo.
“O documento já orienta na aplicação de políticas públicas contra o racismo é a gente enfrentar a violência através da aplicação de políticas públicas ensinando as pessoas a se respeitarem nessas suas diferenças”, afirmou o governador.
A cartilha engloba várias disciplinas que podem abordar a temática afro em sala de aula.
“Existem disciplinas que abrigam melhor essa discussão como História, Sociologia, por exemplo, mas nada impede que em um componente curricular como a Língua Portuguesa, a gente não tenha um texto, seja de Literatura versando sobre essa temática. Podemos ter na Língua Inglesa um texto, em inglês, sobre essa temática, então vai muito da forma como cada professor deseja trabalhar”, explicou Vitor de Angelo, secretário de Educação do Espírito Santo.
Atraso de 20 anos
A política pública voltada para essa temática na educação chega às escolas com 20 anos de atraso.
Em 2003, uma lei federal já instituía a obrigatoriedade do ensino sobre a história e cultura afro, mas ela não é cumprida em vários estados brasileiros.
“A gente está caminhando. Caminhando muito forte, porque em outros Estados a gente não está vendo nada e não tem aquela preocupação em formar os professores para formar os nossos alunos”, afirmou Rosana Lima, pedagoga e ativista social.
Fonte: Folha Vitória
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