Chegam às farmácias as primeiras canetas nacionais para tratamento de obesidade e diabetes

Chegam às farmácias as primeiras canetas nacionais para tratamento de obesidade e diabetes

Começam a ser vendidas nesta segunda-feira (4) as primeiras canetas injetáveis de produção 100% nacional para o tratamento de obesidade e diabetes. Os produtos são fabricados pela farmacêutica EMS, que anunciou o lançamento na última sexta-feira (1º).

Com princípio ativo à base de liraglutida — substância que imita a ação do hormônio GLP-1 — as novas canetas ajudam a retardar o esvaziamento gástrico, aumentar a saciedade, controlar o apetite e regular os níveis de glicose no sangue.

Até agora, a liraglutida era vendida no Brasil apenas por meio de medicamentos de referência da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk: o Saxenda (para obesidade) e o Victoza (para diabetes tipo 2). Com o fim da patente desses remédios em 2023, a produção nacional se tornou viável.

Dois produtos disponíveis

A EMS lança inicialmente dois medicamentos:

  • Olire (3 mg/dia): indicado para tratamento da obesidade

  • Lirux (1,8 mg/dia): destinado ao controle do diabetes tipo 2

Diferentemente de outras opções análogas ao GLP-1 — como a semaglutida e a tirzepatida, de uso semanal — a liraglutida deve ser aplicada diariamente.

Preços e programa de descontos

Os preços sugeridos pela EMS são:

  • R$ 307,26 (embalagem com 1 caneta)

  • R$ 507,07 (Lirux com 2 canetas)

  • R$ 760,61 (Olire com 3 canetas)

A empresa promete até 10% de desconto para clientes cadastrados em seu programa de fidelidade.

Apesar da expectativa de preços 10% a 20% mais baixos que os dos medicamentos de referência, o Saxenda e o Victoza vêm sendo encontrados com descontos de mais de 30% em farmácias online, o que aproxima os valores entre os produtos nacionais e importados.

Disponibilidade inicial e produção

Inicialmente, as canetas estarão à venda nas redes Droga Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, com distribuição em parte das lojas físicas e nos sites das redes nas regiões Sul e Sudeste. A expansão para o restante do país ocorrerá de forma gradual nas próximas semanas.

A expectativa é de que 250 mil unidades dos produtos estejam disponíveis no varejo até o fim do ano.

Para viabilizar a produção nacional, a EMS investiu mais de R$ 1 bilhão e inaugurou, em Hortolândia (SP), a primeira fábrica de peptídeos do Brasil. A planta tem capacidade inicial de produção de 20 milhões de canetas por ano, podendo chegar a 40 milhões.

Próximos lançamentos

A EMS também se prepara para lançar, a partir de 2026, uma versão nacional da semaglutida — princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy — quando a patente vencer no Brasil.