Dia de Alegria: Usuários do Centro POP Desfrutam de Lazer e Recreação à Beira-Mar
Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, ser uma pessoa em situação de rua não implica somente na liberdade de circular livremente por todos os lugares. Muitas enfrentam inúmeras dificuldades, entre elas o medo de transitar e frequentar determinados espaços, sendo a região da orla uma realidade para muitos dessa população.
Diante desses desafios, o Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua de Vitória (Centro Pop) promoveu, na manhã desta quarta-feira (17), um dia de lazer e recreação à beira-mar. Acompanhados da assistente social Karla Bianchi, da psicóloga Naara Paula, e dos oficineiros José e Jhenis, o grupo participou de atividades esportivas e desfrutou de momentos de entretenimento com os pés na areia da Praia de Camburi.
Um dos participantes mais animados era Adeval da Silva Ferreira, baiano de 26 anos, sendo metade desse tempo vivendo em situação de rua. Embora nascido na Bahia, Adeval circula há muitos anos pelas terras capixabas, revelando que seu conhecimento da cidade se limita ao entorno da rodoviária de Vitória e às atividades do Centro Pop.
“Os passeios estão possibilitando que eu pratique atividades esportivas, tenha momentos mais alegres e conheça a praia de Camburi, que eu não conhecia”, compartilhou Adeval. Bruno Oliveira dos Santos, 22 anos, acolhido pelo Centro Pop há duas semanas, elogiou a oportunidade de unir duas de suas grandes paixões: praia e futebol.
“O bom de estar aqui (referindo-se ao Centro Pop) é poder participar de atividades ao ar livre. O melhor é que tem transporte com segurança para ir e vir. É um momento de distração. Deixa a mente mais leve”, destacou Bruno.
A coordenadora do Centro Pop, Daniele Solano, explicou que o passeio faz parte do trabalho contínuo da instituição, proporcionando experiências positivas e momentos de lazer que contribuem para a quebra de estigmas e para o resgate da autoestima dessas pessoas.
Daniele enfatizou que o público do Centro Pop é formado por um grupo heterogêneo, com diferentes vivências e razões para estarem nessa situação. “No entanto, há muitos fatores comuns a todos eles, como a falta de uma moradia fixa e vínculos familiares interrompidos ou fragilizados”, acrescentou a coordenadora.
A secretária de Assistência Social em exercício, Carla Scardua, ressaltou que iniciativas como essa contribuem para a criação do sentimento de pertencimento à cidade, para a construção da autonomia do sujeito, além do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Ações como essa não apenas proporcionam momentos de lazer, mas também promovem a inclusão social e a valorização da dignidade de cada indivíduo.
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